Reportagem da Veja que está nas bancas destaca os municípios de Açailândia, Caxias, Timon, Imperatriz, São José de Ribamar e Paço do Lumiar dentre as cidades médias que mais crescem no país. A revista investigou a situação de 233 municípios brasileiros, mas destacou apenas 23.
Caxias, Timon e Imperatriz são destacadas por conta do comércio. Caxias teve um crescimento de 10,6% em seu Produto Interno Bruto entre 2002 e 2007, principalmente em decorrência do desenvolvimento do setor. Nesse mesmo item, Timon evolui 6,5% e Imperatriz 5,7%.
Paço do Lumiar teve um crescimento de 4,7% no PIB por conta da produção agrícola. Já São José de Ribamar aparece na primeira posição na produção de alimentos, notadamente peixe. A cidade balneária teve seu PIB incrementado em 8% por conta desse setor da economia.
No entanto, o maior desta que da Veja é para a jovem Açailândia. A reportagem da revista diz que a renda per capta da cidade – R$ 18,6 mil por ano – é maior que a secular São Luís. Leia a íntegra da matéria:
Júlia Medeiros, da Veja:
Fundada há apenas 29 anos, a maranhense Açailândia presenciou o que há de mais predatório na Amazônia. Sua madeira de lei foi contrabandeada para o Sudeste e o que sobrou de suas florestas, reduzidas a cinzas.
A riqueza do comércio ilegal ficou longe da cidade, constituída em sua maior parte por favelas. Esse cenário está ficando para trás no município, que foi incluído entre as cidades médias no ano passado. O poeirão ainda tinge suas paredes, mas a ilegalidade vem cedendo espaço a siderúrgicas de ferro-gusa, que trouxeram a riqueza da mão-de-obra especializada para a cidade.
Sua prosperidade atraiu empresas de outros ramos. Nos seus campos, instalaram-se fazendas a partir das quais o maior rebanho de gado do Maranhão abastece um setor nascente de laticínios. As mudanças permitiram que a jovem Açailândia alcançasse a maior renda per capta do Maranhão, à frente da capital, a secular São Luís.
Histórias como a do mineiro José Melgaço Chaves, de 57 anos, simbolizam o progresso local. Nos anos 80, ele montou uma assistência técnica de motosserras. Em 1998, quando seu negócio perdia fôlego, mudou para a criação de gado leiteiro. Em 2005, Melgaço abriu uma indústria e envia semanalmente 10 toneladas de queijos para São Paulo.
Se o caso de Melgaço exemplifica a transformação econômica do município, o de Cleonice Monteiro, de 47 anos, mostra a metamorfose na sociedade. Há dezessete anos, ela inaugurou a Barbara Bella, butique que atende as mais ricas de Açailândia.
Em 1998, começou a vender jeans a R$ 500 para uma clientela cada vez mais exigente. Suas freguesas moram não só em Açailândia, como em trinta outras cidades vizinhas. As moradoras de todas elas acorrem a Açailândia para adquirir produtos mais refinados, receber atendimentos médico, estudar ou fazer cursos profissionalizantes nas escolas técnicas do município.
Blog do Décio Sá
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