segunda-feira, 4 de março de 2013

Claudiomar Filho curte a Venezuela!

Quando estava decidindo minhas férias, queria procurar um lugar que pudesse descansar e mergulhar um pouco e ao mesmo tempo me trouxesse um pouco de história, presepadas e aprendizagem, como sempre busco em minhas viagens. Los Roques me pareceu uma boa escolha por ser na Venezuela (quer um momento mais único que um país sob a batuta de Chávez, para o bem ou para o mal?) e ser uma ilha paradisíaca no meio do Caribe.
Antes mesmo de chegar à ilha, já no caminho, como tudo na Venezuela, foi na tensão. Resolvi dormir em uma pousada que ficava perto do aeroporto para evitar perder o voo que saía bem cedo no outro dia. Na ida fui pego por um motorista, filho de pais árabes, e, como todo árabe, um cara super gente boa (pode isso, cara? Taxista e gente boa?). Ele me deixou na pousada, perguntou se eu queria trocar dólares (já que em Los Roques era impossível, segundo ele. Depois fui descobrir que era mentira. Bem, antes de árabe, ele era taxista, né?) e falou que no outro dia pela manhã iria me buscar. Fui dormir o sono dos justos sem nenhuma preocupação.
No outro dia pela manhã, saí da pousada e tinha um outro cara me esperando. Blz, ele não ia me sequestrar, foi chamado pela pousada, era de confiança. Tudo escuro, quatro e meia da manhã, saio com esse bicho para o aeroporto. No caminho, ele começa “tenho que botar gasolina!”. Disse que sem problema e falei que ele podia colocar, já achando que era um golpe para poder me fazer pagar mais (já que a corrida era por conta da pousada). Lembrou-me até esse post aqui:
 
Quando foi no terceiro “tenho que botar gasolina” e passando pelo segundo posto de gasolina fechado, percebo que, efetivamente, o tanque do cara tava no vazio. Tudo a noite, no meio de Caracas, com um bando de “manos” caminhando pelas ruas. E eu me sentindo dentro do carro cercado no melhor estilo “The Walking Dead”.
Algo que é indiscutível na Venezuela é que este é um país imbatível quando falamos sobre o preço de derivados de petróleo. A gasolina aqui é absurdamente barata e até hoje não conseguiram me falar quanto é que custa ela exatamente devido ao valor desprezível dela.
Um dos couchsurfers (hospedeiro) me falou uma coisa que não pude confirmar, mas é que nos postos de gasolina não há o preço nas bombas, dado que ele não varia há mais dez anos. Só sei que o litro de gasolina custa a bagatela de alguns centavos de dólar. A coisa aqui é tão absurda que amigos roraimenses dizem que o único motivo de ainda existir postos de gasolina em Roraima é o governo. Para as viaturas do governo é necessário nota fiscal e, portanto eles tem que abastecer em postos legais (se você acha a gasolina de Brasília cara, imagina quanto não deve ser para levar até Roraima que de tão desconhecida até a piada do “não-existe” ficou com o Acre!). Dizem que todo o resto dos roraimenses compram gasolina que vem contrabandeada da Venezuela. O cara arranca tudo do carro, dá um jeito de transformar a sua modesta Belina em um caminhão-tanque por debaixo dos bancos e tenta a sorte atravessando a fronteira de volta cheio de gasolina. Diz que para abastecer em Roraima, você vai em uma casa que vende, sei lá, manga, e diz para o cara que quer gasolina. Ele vai falar que não tem, você tira uma nota de 50 do bolso, fala para ele “dá uma olhadinha melhor” e minutos depois vem o cara com uma cambada de garrafas PET de gasolina nos braços.
Além da gasolina, também há outro produto, que apesar de não ser derivado do petróleo possui um preço imbatível, acredito, por aqui também: o silicone. Deixa eu explicar. Bem, Los Roques é um destino caro até mesmo para um cara espartano como eu e que tenta jogar o preço lá embaixo até quando vou comprar uma caixa de fósforo. Para um país com um câmbio e um sistema político louco como a Venezuela é mais caro ainda, portanto só a elite de Venezuela consegue passar temporada por aqui. Toda vez que entro nos barcos para fazer passeios pelas ilhas de Los Roques tenho a impressão de que sou o único que não tenho silicone no peito. Bicho, é muito engraçado. Vou te dizer que, sem brincadeira, uns 90% das menininhas que vão nos barcos, vão com os peitos parecendo que vão explodir de silicone. Tem umas que mais parece um cabo de vassoura com dois balões de gás hélio. Teve uma outra que não satisfeita, enfiou também dois baldes de silicone na bunda e ficava andando parecendo uma saúva! Quase que eu cheguei para ela para dar um toque e falar “Filha, na boa, não ficou bom! Tá parecendo duas bolas de boliche!”. Ainda bem que fico a maior parte do tempo com a cara na água vendo corais e peixes.
Até tem uma ou outra bonitinha, mas o que é o mais constante SEMPRE com caras muito, mas MUITO feios. Ok, eu sei que não sou nenhum Brad Pitty ou Rodrigo Santoro, mas porra, é umas meninas bem bonitas com uns cabras mais feios que paraguaios baleados. Uns gordos, outros com caras mongóis, outros que parecem que tacaram fogo na cara e apagaram na paulada. Fico olhando e pensando “é, deve ser legal ser rico!”, ainda bem que eu posso até ser pobre, mas tive sorte em achar a Taíze...
 



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