quarta-feira, 1 de agosto de 2012



Sempre em busca de mares nunca dantes navegado, Papai (Chico Rolim) apesar de quase nonagenário (em dezembro chega aos 90 anos) ainda vive em busca de aventuras! Desta vez o alvo: conhecer a longínqua Paraupebas, era um desejo dele e lá vamos para a cidade no sul do Pará, onde fica a riquíssima Serra dos Carajás, a maior mina mineral do mundo... Além de nós dois, está no séquito, Anacleide, filha mais velha de papai e meu filho Claudio Augusto de férias em São Luís.


Nos 22 vagões de passageiros, cada com 84 poltronas, ou seja, há espaço para 1848 passageiros, e o trem estava lotado; o interessante é que a grande maioria é maranhenses emi- grantes à procura de empregos ou indo visitar parentes re- sidentes em Parau- pebas. Fácil perceber que talvez de todos os passageiros, os turis- tas se resumam somente a nós quatro.
O trem é confortável, isto é, a classe executiva, a econômica simplesmente um forno e os assentos aleija qualquer um. Segundo a Vale é o maior trem do mundo e não é pra duvidar, são 300 vagões com 3.500 metros.
Após 16 horas de trem depois de passar por doze municípios (os principais Santa Inês, Açailândia, no Maranhão e Marabá no Pará) enfim Paraupebas.


Mas ao chegar a Paraupebas numa estação de trem conturbada que lembra a cidade de Peritoró no Maranhão, aliás, o segundo maior entroncamento rodoviário do Nordeste, nos deparamos com um problema sério. Com um trem lotado, o desembarque caótico, a estação não é pequena, mas deveria ser maior para o volume de passageiros em trânsito. 



Outro problema sérios nos esperava! A estação fica a meia hora da cidade de Paraupebas. E o pior é que a oferta de táxis e vans é menor que a procura, e papai com seus quase 90 anos não podia se submeter a empurrões, esperamos diminuir o movimento para sairmos da plataforma, resultado: não havia mais táxis, tínhamos que esperar a volta dos que já tinham idos, uma meia hora de espera, então preferimos nos submetemos aos péssimos serviços da vans.
Papai e Anacleide razoavelmente confortáveis ocuparam o banco dianteiro, eu e Claudio Augusto nos bancos traseiros perdidos entre pessoas e bagagens, por causa de uma família de maranhenses, o casal mais sete filhos pequenos e uma enorme bagagem, que lotaram a van, melhor dizendo, entupiram-na.

A van saía entregando os passageiros nos seus destinos, uma senhora, também do Maranhão, ao celular curtia o seu drama: a filha, com quem ia se encontrar, tinha acabado de levar uma surra do marido e foi preso pela violência cometida. Toda hora ela era informada da “tragédia” como ela mesma definiu e acusava a filha: “você é atrevida quando fica bêbada, implica até com seu pai que já lhe deu porrada por isto!”, e a filha bêbada ria, como se fosse uma coisa divertida!
E cadê a van achar o endereço da família e o motorista resolveu deixá-la no meio do caminho e era reclamação do casal, filhos choramingando, uma cena triste! Mas não teve jeito, não sei qual o destino da pobre família.
Com tantos atropelos só depois de duas horas chegamos ao nosso hotel, por volta das duas da madrugada. Ao chegar ao nosso hotel, descobrimos que se tivéssemos solicitado, havia o serviço de translado da estação, o hotel teria mandado um carro próprio nos apanhar. Mas a Inês já estava morta!
Ainda bem que o dia seguinte não foi de problemas! Foi o dia de conhecer a cidade de Paraupebas e a Cidade Nova, onde moram os funcionários da Vale. Até amanhã!

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