segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Vale dos Dinossauros - Sousa PB

Entrada












 


 




Você conhece Coremas?



Não há por-do-sol como este do sertão.


As trevas já começam a dominar o horizonte





Manga, pra que te quero!

Pescaria


Calma, Edna, o mundo não vai se acabar hoje!

Sucesso, Caio!

No aerporto, o Caio está ao meu lado, o segundo da esquerda para a direita.
Fiz diferente, quando meus três filhos faziam dezesseis anos eu os mandava para um internato na cidade paulista de São José dos Campos, lá fizeram o segundo e o terceiro científico para puderem cursar faculdades de ponta do Brasil. E todos fizeram bonito, óbvio que nem todos tiveram o mesmo desempenho. Mas todos passaram em vestibulares das melhores faculdades. Mas hoje a postagem é dedicada ao caçula Caio. Basta dizer que ele passou em três universidades: USP, UNICAMP e UNB. Em mecatrônica e escolheu a primeira por oferecer o melhor curso. Mas Caio tem um feito não superado pelos irmãos. Ele passou no vestibular pela primeira vez aos 14 anos quando terminou o ginásio! Feito de poucos, tirou o 12º segunda lugar no curso de História da UFMA (Federal do Maranhão), claro que foi só pra brincar.
Ontem, aqui em São Luís fomos despachá-los para a Alemanha onde passar um ano na faculdade de Stuttgart com bolsa e tudo o mais. Parabéns, Caio!
Se Deus quiser este ano ainda vamos fazer uma visita pra ele em Stuttgart.
Não é primeira viagem ao exterior dele, ele passou três meses em Minesotta (EUA), clique veja o blog dele falando esta viagem.


sábado, 22 de janeiro de 2011

Ilha dos Lençóis Roteiros


A rotina do visitante consiste, basicamente, em não fazer nada, ou no máximo, muito pouca coisa, além de curtir aquela paz toda. Os dias passam lentamente, pois o tempo ali não é medido por relógios, mas pelas marés e pelo sol. O negócio é andar na praia, que é realmente espetacular, e depois embarcar na canoa do Lailson pra ver os guarás, pássaro vermelho dos manguezais, chegando em revoadas nos finais de tarde para dormir cerca de 1 km da vila.
A vila tem carências, com certeza, mas há que se ater não ao que falta, mas ao que sobra, como a beleza da paisagem e hospitalidade dos ilhéus. Com espírito e o coração abertos esta pode ser uma grande viagem. Eu, por exemplo, fui embora deixando bons amigos por lá. E eles me lembraram, na hora da partida da lenda do Rei Sebastião. Disseram que se alguém sair levando alguma coisa, que seja uma simples conchinha, o barco pode afundar. Por via das dúvidas, preferi não arriscar.
Além das belas paisagens e das lendas do sebastianismo, há outro motivo que fez a Ilha dos Lençóis ganhar fama no Maranhão: a alta incidência de albinismo entre os moradores. Devido aos casamentos entre parentes, a genética de algum membro albino da comunidade que chegou na ilha sabe-se lá quando, foi sendo transmitida entre diversas famílias. A tal ponto que, uma década atrás, 10% de toda a população local tinha a característica de pele e cabelos tão alvos quanto as areias das dunas. Essa porcentagem, porém, já diminuiu bastante. Preocupados com o perigo cancerígeno do sol forte na pele sem melanina, muitos albinos adultos foram embora para o continente. A maioria da gente branca da ilha são crianças.

Eles recebem atenção especial da Doutra Germana, que não cansa de orientar os pais: colocar calça nos filhos, camisa de manga comprida, chapéu e protetor solar, assim como evitar sair de casa entre 10h da manhã e 16h. Maria de Fátima, mãe de dois meninos albinos - Robert, de 15 anos, e o Ronald, de 12 anos - sabe que o sol é inimigo mortal. O pai dela sofreu seis tumores de pele durante as quatro décadas que viveu na ilha. Então ela insiste, proíbe os meninos de sair, vem com o protetor pra passar nos garotos. "Mas eles tem fogo, querem acompanhar os amigos". Basta um descuido, que eles pulam a janela para se juntar a brincadeira. Quinze ou vinte minutos de exposição sem o protetor solar voltam com queimaduras na pele até bem mais ardidas do que as palmadas que recebem depois de Dona Maria.


Ilha dos Lençóis Cultura

No povoado minúsculo da Ilha dos Lençóis vivem cerca de 370 moradores. É delimitado por mangues e dunas baixas de um lado, que dão para uma praia que se prolonga por toda a volta da ilha, e por um conjunto de dunas altas do outro, algumas com até 50 metros de altura, que ocupam quase dois terços de toda a área. Não há carros, porque não há ruas no vilarejo, só caminhos de areia fofa. O único motor é o do gerador a diesel que fornece energia para as meia centena de casas. A energia elétrica 24 horas chegou faz apenas três anos num sistema híbrido que combina painéis solares, cataventos, além do próprio gerador. Nem praça o povoado tem, só um maltratado campinho de futebol onde às vezes rola um campeonato entre os times da outras ilhas vizinhas.  
Todos os moradores são mais ou menos parentes e vivem em singelas casas de madeira ou de palha já que o terreno arenoso não é indicado para construções de alvenaria. Só o Colégio Municipal foi erguida com tijolos e cimento, mas já está com as paredes rachadas por causa do terreno que cedeu. Além disso, de tempos em tempos, os moradores precisam mudar de endereço por causa do avanço da "morraria", como eles chamam por lá as dunas trazidas pelo vento constante. Mudar de endereço, no caso, significa desmontar a casa e fincar os esteios num local mais protegido, afastado do perigo da areia, um trabalho para duas semanas, com a ajuda de algum amigo carpinteiro.


Ilha dos Lençóis

Por: Viaje Mais/Tales Azzi
 Você está indo para um dos lugares mais lindos desse Brasil", disse o recepcionista do hotel em São Luís enquanto preparava meu check out. Depois arregalou os olhos e completou: "É um lugar cheio de lendas e histórias". Enfim sorriu e apenas desejou-me boa viagem. O recepcionista era apenas mais um que não passava indiferente com o nome do lugar para onde eu estava prestes a ir naquele dia: a Ilha dos Lençóis. Várias outras pessoas na cidade já tinham ouvido falar das belezas da tal ilha e falavam com entusiasmo sobre dunas, manguezais e uma incrível praia deserta de muitos quilômetros escondida no trecho mais selvagem do litoral brasileiro, conhecido como Reentrâncias Maranhenses.
Ainda era 5h da manhã, o sol apenas ameaçava sair, quando joguei as bagagem no carro e iniciei viagem. Apesar da proximidade de 160 km (em linha reta) desde São Luís, seriam cerca de 12 horas ao todo, incluindo a travessia de ferry boat para Cojupe, estrada até Apicum-Açu, cidade de onde partem os barcos para mais quatro horas de navegação para a ilha. Sim, é longe, até para os próprios maranhenses. Requer uma boa dose de espírito de aventura para encarar a jornada. A ilha ainda não entrou para o mapa do turismo e preserva completamente a pacata rotina de vila de pescadores. É um lugar rústico e sem frescuras, indicado para quem gosta de conhecer o que pouca gente conhece e vê charme até em certos desconfortos, como, por exemplo, o transporte realizado em barcos de pesca improvisados para levar passageiros.
É bom não confundi-la com os Lençóis Maranhenses, o famoso parque nacional que é a principal atração turística do estado.A ilha fica em direção ao litoral à esquerda de São Luís, já quase na divisa com o Pará, praticamente nas bordas da Floresta Amazônica. É verdade que a paisagem de ambos os lugares guardam semelhanças, com dunas de areias brancas feito talco e o curioso fenômeno de chuvas (entre fevereiro e maio) que formam lagoas de águas cristalinas nas depressões do areial. Se observar no mapa, verá que o litoral oeste do Maranhão, cerca de 50 km a partir de São Luís, ganha recortes inusitados e uma infinidade de ilhas e ilhotas tomadas completamente por manguezais. A navegação pelos canais formados pelos arquipélagos, apesar de demorada, poupa os estômagos mais sensíveis dos passageiros. "Pelo mar aberto as ondas batem demais nessa época (segundo semestre do ano). Deus me livre", explicava Mário, o barqueiro. A monotonia das horas embarcado foi quebrado apenas ao final do percurso, com as revoadas de guarás e pela vista das dunas brancas anunciando a chegada, poucos minutos após o por do sol.